Descrição
Lactose aromatizada para realização do Teste de Intolerância a Lactose.
A lactose é o principal açúcar presente no leite de mamíferos. É um dissacarídeo que com a ação da enzima lactase, transforma-se em dois monosacarídeos: glucose e galactose. Estes carboidratos simples, após formados, são facilmente absorvidos pelo corpo. No entanto, a falta ou deficiência na produção da lactase faz com que a lactose chegue até o intestino delgado sem ser absorvida pelo organismo. A intolerância à lactose é o tipo mais comum de má absorção de carboidratos, sendo causada pela deficiência da enzima lactase. Esta enzima tem sua maior atividade em recém-nascidos, sendo observada a perda desta atividade ao passar dos anos. A prevalência e a idade de manifestação da intolerância à lactose variam, consideravelmente, conforme o grupo étnico. Na Europa, por exemplo, sua prevalência vai de 4% na Dinamarca, 56% na Itália e Irlanda, chegando a 60 a 100% em populações asiáticas e afro-americanas. Também é observada a existência da deficiência secundária da lactase, causada por patologias que provocam lesão e atrofia de vilosidades na mucosa do intestino delgado, como doença celíaca, doença de Crohn de intestino delgado e infecções intestinais. Ou também, sendo mais rara, a hipolactasia primária ou congênita, doença genética, autossômica recessiva, que se manifesta desde o nascimento com diarréia importante e acidose metabólica. A intolerância é diferente da alergia à lactose. No caso da alergia há uma reação do sistema de defesa do organismo às proteínas do leite (ex: caseína, alfa-lactoalbumina, beta-lactoglobulina) e não está relacionado à ação da enzima lactase. O leite é uma das principais fontes alimentares do ser humano, sendo este o único mamífero que não o abandona na fase adulta. A falta, parcial ou total da enzima lactase, faz com que esse carboidrato não seja metabolizado e absorvido, com consequente acúmulo na luz intestinal. Este acúmulo promove um efeito osmótico, resultando no aumento local da água, aceleração secundária do trânsito e fezes amolecidas. A lactose não digerida chega ao cólon, é fermentada pelas bactérias aeróbicas, com formação de gases H2, CH4 e CO2 e de ácidos graxos de cadeia curta. Quando a capacidade de reabsorção é ultrapassada, há formação de flatulências e diarréia. As manifestações clínicas dependem, portanto, da quantidade de lactose ingerida. Nota-se, assim, que o indivíduo pode ter má absorção de lactose sem as crises e que estas, quando presentes, indicam a intolerância. Os sintomas clássicos são caracterizados por distensão abdominal, borborigmo, flatulência, fezes amolecidas e ácidas, diarréias líquidas, vômitos, dor abdominal ou até constipação. Uma vez diagnosticada a intolerância, é possível instituir um tratamento clínico que visa substituir os produtos lácteos por outros isentos de lactose (como leite de soja, por exemplo). Inicialmente, deve ser retirado todo o leite para controle dos sintomas, com sua reintrodução gradual só após a melhora do quadro, até a quantidade que o paciente tolere. O diagnóstico pode ser realizado pela dosagem de lactase na mucosa duodenal (coletado em endoscopia). Este método tem sensibilidade de 95% e especificidade de 100%, porém é um exame invasivo. É possível medir o H2 no ar expirado após a sobrecarga oral, pois, pela fermentação da lactose pelas bactérias colônicas, há produção de H2, que é absorvido no intestino e parcialmente eliminado pelos pulmões. O método mais utilizado é a medição indireta da capacidade de digestão de lactose. Para fazer este teste o paciente ingere em jejum um líquido com dose concentrada de lactose e durante duas horas obtém-se várias amostras de sangue para medir o nível de glicose, que reflete a digestão do açúcar do leite. Se a lactose não é quebrada, o nível de glicose no sangue não aumentará e, consequentemente, o diagnóstico de intolerância à lactose será confirmado.
Preparo do paciente: Recomenda-se um jejum prévio de 8 a 12 horas.
Tipo de amostra: Amostra de soro imediatamente separado após a coagulação, ou plasma coletado com anticoagulante a base de fluoretos. O laboratório deve estabelecer critérios de coleta, rejeição e conservação das amostras, conforme sua política da qualidade. Sempre considerar as necessidades específicas dos microrganismos alvos das análises, microrganismos com necessidades especiais (suplementos específicos ou ambiente controlados) podem não apresentar crescimento adequado se semeados em meio de cultura que não apresente os requisitos mínimos.
Princípio de técnica: O paciente ingere uma quantidade fixa de lactose (50g) e a glicemia é dosada antes e depois da ingesta, para verificação da quantidade de glicose que foi incrementada no sangue do paciente.
Armazenamento e estabilidade: Para fins de transporte, o produto pode permanecer em temperatura ambiente por até 72h. No laboratório os frascos devem ser armazenados em temperatura de 2 a 30ºC, condições em que se mantém estáveis até a data de vencimento expressa em rótulo, desde que isento de contaminação de qualquer natureza. O uso de refrigerador tipo frost-free não é recomendado para meios de cultura devido ao efeito desidratante deste tipo de equipamento.
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